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Um jogo simbólico: entendendo e aproveitando as metáforas e alegorias de Mago parte 2

Tenshinhan do DBZ: Entenda por que ele tem três olhos

Saudações, leitores da Torre. Hoje venho continuar o post “Um jogo simbólico: entendendo e aproveitando as metáforas e alegorias de Mago” publicado em março. Se você ainda não leu o primeiro post, clique aqui.

Como no primeiro post eu expliquei o conceito principal da utilização de uma linguagem simbólica usando um exemplo do Vampiro, resolvi dar continuidade ao post trazendo desta vez exemplos com maior vínculo com Mago.

Eu escolhi três:

O Terceiro Olho


Leia o texto da Wikipédia:

“O terceiro olho, também conhecido como Ajna, o sexto chakra, situa-se no ponto entre as sobrancelhas. Conhecido como "terceiro olho" na tradição hinduísta, está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil. Quando bem desenvolvido, pode indicar um sensitivo de alto grau. Enfraquecido, aponta para um certo primitivismo psico-mental ou, no aspecto físico, para tumoração craniana.
Acredita-se que a glândula pineal, localizada no centro do cérebro e no meio da testa, tenha relação com tais capacidades indutivas e percepção sutil. Essa glândula possui semelhanças com o globo ocular, ambos possuem membrana cristalina e receptores de cor.”

A representação de um terceiro olho em uma ilustração é um dos exemplos mais simples e famosos da utilização da linguagem simbólica para explicar algo místico. O Terceiro Olho obviamente não é um terceiro olho em seu sentido literal e sim um órgão conhecido como glândula pineal que supostamente concede capacidades especiais quando bem desenvolvido.

A glândula pineal existe fisicamente, o que significa que apesar da ocorrência do termo simbólico aqui, ele representa uma característica do universo material e não apenas algo do universo conceitual (ou espiritual). Isso diferencia o caso do Terceiro Olho de outros como os que veremos a seguir.

Veja agora este outro trecho complementar da Wikipédia:

“A glândula pineal tem sido considerada - desde René Descartes (século XVII), que afirmava ser a glândula o ponto da união substancial entre corpo e alma - um órgão com funções transcendentes. Além de Descartes, um escritor inglês com o pseudônimo de Lobsang Rampa, entre outros, dedicaram-se ao estudo deste órgão.
Com a forma de pinha (ou de grão), é considerada por estas correntes religioso-filosóficas como um terceiro olho devido à sua semelhança estrutural com o órgão visual. Localizada no centro geográfico do cérebro, seria um órgão atrofiado em mutação com relação em nossos ancestrais.
Mulher com três olhos. Imagem retirada da página 32 do Mago 2ª Edição.
Imagem retirada da página 32 do Mago 2ª Edição
Os defensores destas capacidades transcendentais deste órgão, consideram-no como uma antena. A glândula pineal tem na sua constituição cristais de apatita. Segundo esta teoria, estes cristais vibram conforme as ondas eletromagnéticas que captassem, o que explicaria a regulação do ciclo menstrual conforme as fases da lua, ou a orientação de uma andorinha em suas migrações. No ser humano, seria capaz de interagir com outras áreas do cérebro como o córtex cerebral, por exemplo, que seria capaz de decodificar essas informações. Já nos outros animais, essa interação seria menos desenvolvida. Esta teoria pretende explicar fenômenos paranormais como a clarividência, a telepatia e a mediunidade. Em Missionários da Luz, obra espírita psicografada por Chico Xavier atribuída ao espírito André Luiz, a epífise é descrita como a glândula da vida espiritual e mental que caracteriza um órgão de elevada expressão no corpo etéreo onde presidem os fenômenos nervosos da emotividade, devido a sua ascendência sobre todo o sistema endócrino, e desempenha papel fundamental no campo sexual (no terreno concreto, tal função é apontada desde 1958 e, atualmente passou a ser amplamente aceita em terreno concreto); é descrita ainda como ligada à mente espiritual através de princípios eletromagnéticos do campo vital (o que até agora a ciência formal não pode identificar), comandando as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade.”

Como podemos evidenciar por este texto e pela imagem contida na página 32 do Mago: A Ascensão 2ª Edição, o Terceiro Olho tem inúmeras conexões a serem exploradas pelo jogo. Você poderia criar uma História inteira que envolvesse desvendar os mistérios dele; ou mesmo atribuir explicações ao mesmo tempo simbólicas e científicas para o Despertar dos magos ao relacioná-lo ao desenvolvimento da glândula pineal.

A Bala Mágica


Você já ouviu falar na “bala mágica forjada pelos místicos Illuminati”? Se sim, você provavelmente já viu isso em algum vídeo ou artigo sobre Teoria da Conspiração ou em um certo capítulo da animação da Liga da Justiça...

Embora possa parecer estranho, a tal “bala mágica” existe, mas não é um objeto palpável e muito menos um artefato de eras passadas. A “bala mágica” é o “objeto” de um modelo de teoria da comunicação chamada de Teoria Hipodérmica, também conhecida como Teoria da Bala Mágica. Veja o texto da Wikipédia:

“A Teoria Hipodérmica, também chamada de Teoria da bala mágica ou, ainda "mass communication research" coincide, historicamente, com o período do entre-guerras (entre a primeira e segunda guerras mundiais). Responde sobretudo à interrogação: que efeito eles produzem numa sociedade de massa? Além disso, pode-se descrever o modelo hipodérmico como sendo uma teoria da propaganda e sobre a propaganda, compreendendo o termo "propaganda" em sentido muito amplo, ou seja, a difusão de concepções, idéias, valores e atitudes através dos sistemas de comunicação de massa (rádio, jornal, TV, cinema, revista). Trata-se de uma concepção mais ampla de "propaganda", que não se restringe ao que conhecemos por "comerciais", mas a própria difusão de ideias em espaços editoriais, informacionais, educativos e de entretenimento.”[...]
“Como consequência do que se viu no período, quando a propaganda de guerra conseguiu unir nações inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a acreditar na mídia como capaz de direcionar as pessoas para praticamente qualquer direção desejada pelo comunicador. As mensagens midiáticas ganharam o status de "balas mágicas" com o poder de atingir toda uma população de maneira uniforme.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_hipodérmica
Ilustração da Teoria da Bala Mágica: representação com uma bala simbólica acertando um telespectador.

Embora a Teoria da Bala Mágica possa parecer ultrapassada em vários pontos, seu estudo e simbologia como “manipulação de massa” ainda são um conceito válido e bastante interessante, sobretudo para Mago. Você poderia explorar muito bem este conceito com a Tecnocracia. E dependendo do seu grupo, você poderia explorar toda uma História em cima de uma busca por um artefato que na verdade não existe; é o resultado de um Procedimento.

O Dragão da Inflação


Você provavelmente já viu a representação da inflação como um Dragão ou ao menos já ouviu falar sobre isso. Pois é, um dragão é um monstro terrível e nada mais adequado do que uma criatura terrível capaz de devorar tudo como um dragão para representar a inflação. Mas por que um dragão? Existem muitos monstros terríveis que poderiam fazer esse papel. Por que o dragão foi e é o preferido? Aí é que está a parte interessante; apesar de eu achar que pode ter a ver com a associação do dragão com tesouros, não existe uma explicação única e exata para a metáfora do dragão e sim várias. Existem até mesmo metáforas derivadas de maior associação com culturas africanas como: a macumba econômica ou o vodu dos preços.

Charge: Dragão da Inflação se preparando para devorar o Brasil (país)Daí você pode imaginar o quanto você pode explorar a metáfora do dragão em Mago, principalmente se a História ocorrer ou estiver conectada a Umbra. Imagine como seria enfrentar um espírito da Inflação ou como seria um Reino da Inflação. Tudo isso pode render histórias interessantíssimas para magos de todos os tipos, até mesmo os Tecnocratas (ou principalmente os membros do Sindicato).

Espero que estes três exemplos tenham ilustrado melhor o primeiro post. E que Mago: A Ascensão possa também ajuda-lo a rever seus conceitos de uma perspectiva madura e além da fantasia.

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