Como este review saiu primeiro na comunidade de Mago A Ascensão do Brasil eu vou colocá-lo aqui na forma de posts como estava lá.
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Comecei a ler o Book of Secrets e estou encontrando alguns dos mesmos problemas do M20. Para começar as novas habilidades são na maioria desnecessárias e poderiam ser encaradas como especializações das habilidades básicas. Diplomacia e Negociação com testes de Etiqueta e Lábia, Gunsmith com Armas de Fogo, Escalar com Esportes e assim por diante. Como eu disse em outro momento o M20 regrediu no que se refere a deixar as habilidades básicas mais versáteis e cobrindo um número maior de testes. Do jeito que está vira uma desculpa para o Narrador te cobrar aqueles pontos que você não tem, em Habilidades secundárias.
Vamos ver como está o resto do livro.
Post 2
Continuando os comentários de minha leitura do Book of Secrets, eu gostei muito de o livro centralizar a maioria das Qualidades e Defeitos em um livro só. Quase todas as Qualidades e Defeitos que vi estavam presentes nas edições anteriores, mas as descrições do BS estão melhores. Só não consegui localizar o Defeito Débito do Mago Revisado (em pt-br) entre os Flaws do BS. O Defeito Débito que aparece no BS é diferente, nele você deve dinheiro.
Falando da parte de regras complementares que sucede os Merits and Flaws eu achei as novas regras para Certame muito boas, particularmente a nova regra que diferencia as Esferas umas das outras quando usadas para Combate ou Reserva. Antes não havia praticamente diferença sobre qual Esfera você botava como Gladius e Aegis exceto por detalhes cosméticos ou com exceção de Tempo e Primórdio.
As regras para Hacking estão excelentes e eu pretendo importá-las para a minha crônica.
Estava lendo as regras para Ressonância e achei que ficou bem melhor explicado. No M20 a descrição era pífia.
Post 3
As regras para Maravilhas, incluindo sua construção, aquisição por Antecedentes e exemplos estão demais no Book of Secrets, pois eles conseguiram resumir bem as regras tornando o Forjado no Fogo do Dragão menos relevante. A única queixa é em relação a construção de Periaptos que ficou confusa, com entradas dando a entender uma coisa e outras entradas dando a entender outra.
Li o FAQ sobre focus do BS e achei muito esclarecedor, embora ache que ele poderia ter mais perguntas.
Os personagens exemplos não me agradaram muito, só gostei de um ou dois (o Iterador e outro que não lembro), mas entendo que Mago seja composto de uma diversidade que nem sempre trás personagens que se encaixam melhor no século XXI.
Hoje eu terminei de ler a parte de novos Paradigmas e gostei muito do que li. Os novos Paradigmas do BS me cativaram mais do que os do M20 e minha opinião sobre eles mudou. Antes eu achava que os Paradigmas como estão no M20 (que não são a Prática, mas a filosofia do Mago) eram desnecessários para se jogar e complicavam o jogo sem necessidade. Agora eu continuo achando que eles não são necessários para começar a jogar Mago, mas os vejo como um adendo muito interessante ao jogo que pode resultar em personagens com mais imersão, background mais profundo e debates interessantes entre e com os PJs e NPCs. Vale a pena comentar que o Book of Secrets abre o precedente para Paradigmas "compostos" por 2 paradigmas como é mostrado nos personagens exemplos. Exemplo: Might is right and Tech holds all answers. Isso é bem interessante se você quer especificar ou abarcar mais elementos da filosofia do seu mago.
Post 4
Após ver os novos Paradigmas, o livro apresenta novas Práticas e Instrumentos. As Práticas novas são relevantes, algumas como Psiquismo, Bardismo, "Elo com Deus" e Elementalismo são essenciais e não podem faltar na sua crônica. O mesmo já não pode ser dizer dos novos Instrumentos. Alguns como Atividade de Internet já estavam parcialmente cobertos por Mídia de massa e outros Instrumentos do M20 básico. As regras para tatuagens e instalação de implantes cibernéticos são um pouco desnecessárias mas bem-vindas.
No Capítulo 4 Justiça e Influência temos a parte do lore do Book of Secrets centrada em apresentar os sistema de Justiça e punições além da influência, para todas as facções de Mago (Tradições, Tecnocracia, Aliança Discrepante, Nefandi e Desauridos). Essa é talvez a melhor parte do livro, já que muitos jogam WoD pelo lore. E essa parte completa outros livros como Guia da Tecnocracia ou o Technocracy Reloaded, Livro da Loucura, Livro dos Caídos e serve como um previews do Lore of Traditions.
Os julgamentos podem ser uma adesão interessante a sua crônica e no caso dos Desauridos ele trás novas facções de Desauridos e outros Desauridos. Essa parte eu não gostei muito, pois achei os Desauridos apresentados excessivamente bizarros (e até meio toscos) como o caso da Witch House. Mas alguns outros como Colmeia (Hive), Negation Men, Robert Davenport e George Blank são interessantes de botar. Pessoalmente eu prefiro uma loucura mais sutil como a apresenta no clanbook Malkavian Revisado do que a espalhafatosa (mesmo que ela não seja boba, se for bizarra demais torna-se tosca).
Post 5
Chegamos então ao Capítulo 5, o último do livro, que começa com um FAQ sobre o M20. Esse FAQ traz várias dúvidas interessantes e é uma boa leitura, mas aqui fica claro que o Phil Brucato talvez tenha "pessoalizado" demais esse livro, pois ele faz questão de deixar registrado a opinião pessoal dele em tudo. E não estou falando do FAQ, estou falando do livro como um todo. É quase como ler a opinião de autor em um blog. Não sei se isso ficou melhor ou pior, mas é um detalhe que chama a atenção. Sem dúvida ele deixou a marca dele bem registrada nessa série M20 e isso difere muito do conteúdo que vi em Mago 2ª Edição.
Falando na opinião dele, há um momento em que ele entra em contradição. Ao responder a pergunta "Why Does Mage 20 Feature so Much Liberal Politics?", ele diz primeiro que Mago não é um jogo nem progressista ("liberal" nos EUA), nem conservador, pois há elementos dos dois espectros políticos no jogo. Sendo os magos tanto uma coisa quanto outra. Mas depois, quando lembra que a White Wolf foi uma das primeiras companhias a usar pronomes neutros e outras medidas consideradas "liberais" ("progressistas" seria uma tradução mais acurada para o Brasil, já que aqui liberal tem outro significado) e que algumas pessoas se ofendem com essas políticas, ele se pergunta por que então essas pessoas iriam jogar jogos da White Wolf. Como se essas pessoas só se sentissem motivadas a jogar com personagens do mesmo espectro político que elas tem na vida real. Lembro aqui aos que forem postar nos comentários que eu não sou conservador a nível político, apenas estou apontando a contradição.
Com o fim do FAQ vem a parte que fala sobre Gêneros narrativos e suas relações com Mago, que é uma parte que eu até entendo porque está lá, mas que só tem leitura obrigatória se você ainda estiver meio perdido sobre o que narrar. Diga-se de passagem, essa parte do capítulo é muito bem escrita com referências a filmes e livros além de outras inúmeras fontes de inspiração. Os caras realmente levam a sério o trabalho deles.
Na parte "Illuminations and Restless Rambles" você tem os textos que ficaram de fora do M20, muitos deles sendo quadros que não entraram no livro por falta de espaço, mas que são muito esclarecedores, inclusive desafazendo certos mitos de alguns jogadores como a ideia de que a Tecnocracia é fundamentalista e que as Tradições é que são os progressistas, quando na verdade a União é a facção que mais promove diversidade étnica e de gênero.
O livro finaliza com a parte "Suggested Resources" que sugere uma série de referências para Mago, incluindo websites, séries e músicas.
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