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Inserido Capítulo 28 da Crônica O Legado de Dédalo

O Legado de Dédalo capa 

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Após as batalhas no pátio se encerrarem com a vitória dos Dedaleanos, o Rei Pendragon decide que interromperá os testes por aquele dia e que ambas as facções são convidadas a descansarem no castelo. Ele chama Briene, uma escudeira candidata a cavaleira da Távola Redonda, possivelmente a primeira mulher a ocupar esse posto, para guia-los para a ala leste da fortaleza. O rei avisa que enquanto estiverem no castelo não podem usar magia ou Ciência Iluminada e sugere que durante o hiato entre os testes, os convidados conversem com os cavaleiros. As Tradições se hospedam na ala oeste do castelo.

Os quartos dos Dedaleanos são próximos e assim que ficam sozinhos, eles conversam sobre a próxima etapa. Eles comentam que acreditam que o próximo teste tem a ver com conversar com os cavaleiros e que ele já está acontecendo. Enrico ressalta que se o teste é de Conhecimento (segundo as palavras do Rei mais cedo), então envolve descobrir algo com os cavaleiros. Giovanni diz que o rei falou em não usar Ciência Iluminada, mas não disse nada contra usar seu Familiar, Edgar, para espionar tanto os cavaleiros quanto as Tradições. Kate e Brendan se mostram preocupados com a possibilidade de eles insultarem o Rei novamente, mas Auditore se propõe a ser discreto, usando sinais para comunicar ordens simples a Edgar. Ele passa as instruções ao corvo e o deixa preparado.

Na manhã seguinte os Dedaleanos procuram um dos escudeiros dos cavaleiros, chamado Podrick e perguntam onde estão os quatro cavaleiros da Távola Redonda. Ele responde que o Rei está na sala de audiências, Jan está na sala da távola redonda na torre e Albrecht e William estão treinando no pátio.

Os Dedaleanos decidem ir até Jan que está examinando alguns documentos sentado à távola redonda. Eles perguntam se os cavaleiros conhecem as Tradições e se não acham que o Graal estaria em melhores mãos com a Ordem da Razão. Jan parece aborrecido com as indagações e diz que eles estão muito centrados em si mesmos, quando deveriam procurar saber mais sobre os cavaleiros. Os Dedaleanos perguntam sobre a natureza dos habitantes de Camelot, se eles são humanos e se o reino faz comércio com a Inglaterra. Jan afirma que eles são humanos como eles e que o reino apesar de ser autossuficiente faz comércio de primários e armas e armaduras. Ele comenta que o seu próprio ancestral, Lancelot pode ter lições valiosas de honra e nobreza e de como isso pode ajuda-los a conquistar o Graal.

Lancelot era o filho do rei Ban de Benoic (atual França) e Helena. Foi raptado bebê e criado pela Dama do Lago (Viviane) em Avalon para se tornar o melhor cavaleiro da Távola Redonda e mestre-de-armas do Rei Arthur. Era apaixonado por Guinevere e teve um romance proibido com ela (ainda na condição de esposa de Arthur e rainha da Bretanha) que levou a sua ruptura com a Távola Redonda e o fim do reinado de Arthur. Os cavaleiros Dom Mordred e Dom Agrivaine, também da corte do Rei Arthur, inventaram uma mentira para difamá-lo e expulsá-lo. O Rei Arthur acreditou e Lancelot batalhou com eles, matando Agrivaine e ferindo seriamente Dom Mordred, que voltou para a corte para contar o que ele fez, a seu modo. Arthur o baniu do reino e ele foi para Baiona, na França, onde tinha muitas terras e repartiu-as entre seus partidários. Porém, o Rei Artur e Gauvain o perseguiram, sob influência de Gauvain, e invadiram as terras de Lancelot. Lancelot não quis lutar, porém foi forçado e lutou com Gauvain (que triplicava suas forças das nove horas à meio-dia) e derrubou-o, mas não o matou. Isso se repetiu, até que eles desistirem e voltarem para Camelot. Arthur nomeara Mordred o regente e guarda de Genebra, enquanto estava na França, resolvendo o conflito. Fez mal, pois logo explodiu uma guerra. Gauvain ficou seriamente ferido, e escreveu uma carta a Lancelot, reconciliando-se. Arthur matou Mordred, porém a espada deste atingiu seu crânio. Ele pediu ajuda à Dom Lancelot, mas não houve tempo e ele morreu. Lancelot voltou e ficou profundamente triste. Retirou-se para uma ermida em Glastonbury.

Ao contar a história, Jan explica que apesar de Lancelot ser o braço direito do rei e provavelmente seu melhor amigo, tinha uma paixão ardente pela rainha, o que o levou a pensamentos impuros, que por sua vez impediram ele de alcançar o Graal. O Santo Cálice só foi conquistado por seu filho Galahad.

Galahad era considerado o cavaleiro mais puro e, consequentemente, o único a poder sentar-se na Cadeira Perigosa da Távola Redonda, um assento que ficava sempre vazio, já que só o escolhido poderia se sentar. Pela sua pureza, Galaaz é considerado uma encarnação de Jesus na forma de cavaleiro. A concepção de Galahad deu-se por meio de uma mentira, quando Helena, filha do Rei Pelinore, usou magia para enganar Lancelot, fazendo-o levar a crer que ela era Guinevere. Eles dormiram juntos, mas ao descobrir o que aconteceu, Lancelot deixou Helena e voltou para a Corte do Rei Arthur. Galaaz foi, então, entregue aos cuidados de uma tia sua, abadessa de um convento, e ali criado. "Galahad" era também o nome original de Lancelot, mas foi lhe alterado quando criança, pois Merlin profetizara que o seu filho iria ultrapassar o seu pai em valor e teria sucesso na demanda do Graal. Ao chegar à vida adulta, Galahad se reuniu com o pai, que o tornou cavaleiro. Foi então trazido para a Corte do Rei Arthur em Camelot durante o Pentecostes. Sem se aperceber do perigo em que estava se metendo, Galahad se dirigiu para a Távola Redonda e se sentou na cadeira proibida. Este lugar tinha sido sempre mantido vago para a única pessoa a alcançar o sucesso na demanda do Santo Graal. Qualquer outra pessoa que aí se sentasse teria morte imediata. Galaaz sobrevive ao evento testemunhado por Arthur e pelos seus cavaleiros. O Rei testou-o então, solicitando-lhe que arrancasse uma espada espetada numa rocha; teste que ele passou com facilidade. O Rei Artur proclamou Galahad como o melhor cavaleiro do mundo. Ele foi então convidado a juntar-se à Ordem da Távola Redonda e, depois de uma visão do Graal, lançou-se na sua demanda. O incrível poder e sorte de Galahad na demanda do Graal são sempre atribuídos à sua piedade. De acordo com a lenda, só os cavaleiros puros conseguiriam alcançar o Graal. Em termos gerais, a sua pureza refere-se à sua castidade. Galahad parecia levar uma vida totalmente sem pecado e, como resultado, viveu e pensou num nível totalmente à parte dos outros cavaleiros da lenda.

Os Dedaleanos questionam se é de castidade que eles precisam, Boca Torta parece cético quanto à possibilidade, assim como Brendan. Mas, Jan ressalta que a virtude na castidade de Galahad estava associada a resistência da tentação por pecados carnais, como foi a ruína de Lancelot e não necessariamente atrelado a um celibato. É possível adquirir igual ideal de pureza com disciplina.

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